“Me tornei uma pessoa melhor depois do acidente”

Até 2014, o médico Rodrigo Carvalho tinha uma vida “normal”, mas um acidente o deixou paraplégico e mudou completamente sua forma de viver. Tudo aconteceu no dia 4 de outubro. Era apenas mais um sábado com amigos em Maria Farinha, praia do litoral pernambucano. Rodrigo estava numa festa realizada próxima ao píer da cidade, Rio Timbó. Durante o evento, aproximadamente às 20h, ele decidiu voltar para o barco. “Sempre tive casa em Maria Farinha e, por conhecer bem a região, achei que não seria perigoso pular do píer. Eu havia bebido, mas estava consciente dos meus atos. Resolvi não ligar para o marinheiro me buscar e pulei, porém o rio estava quase seco e não percebi”, conta.

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O nutrólogo Rodrigo Carvalho trabalhando em sua clínica

Com a pancada, Rodrigo fraturou a 6ª e 7ª vértebras torácicas e acabou ficando paraplégico. Imediatamente ele foi operado no Recife, mas após uma semana, mudou para São Paulo para se reabilitar no Hospital Albert Einstein.

 “No primeiro momento, foi um choque muito grande, você pensa em várias coisas e se faz diversos questionamentos, mas com o apoio dos meus amigos e familiares fui conseguindo me reabilitar para viver bem e feliz”.

Ainda no Einstein, surgiu a oportunidade de Rodrigo fazer parte de uma pesquisa no Exterior. Ele e a atleta Laís Souza, que também sofreu lesão medular, são os únicos brasileiros a fazerem parte do Miami Project, projeto que ainda está em fase inicial em humanos e consiste em injetar células de Schwann e ver se, com o tempo, elas são seguras para o corpo humano e podem possibilitar algum ganho para os pacientes. Rodrigo será acompanhado pelos americanos até 2020.

“Depois disso, voltei para São Paulo onde morei por mais um ano e continuei com a reabilitação no Einstein e em outros centros como AACD e Acreditando. Também trabalhei muito a minha mente e toda a parte psicológica. Eu sabia que ia precisar voltar para o Recife, voltar a trabalhar e encarrar essa realidade”, explica.

Então o médico começou a planejar como seria sua vida no Recife. “Antes eu trabalhava como chefe de emergência nos hospitais, ainda cheguei a dar plantão nessa função durante dois meses depois que voltei, mas percebi que, por causa da correria dentro das emergências, ia ser complicado para mim. Então resolvi optar por algo mais tranquilo e me tornei nutrólogo, me especializei na área, montei um consultório e atendo meus pacientes”.

Rodrigo também afirma ser uma pessoa melhor depois do acidente, Confira no vídeo

Além de tudo, garante que com as adaptações é possível permanecer fazendo tudo o que fazia antes: “Não me considero deficiente e, sim, eficiente. Sempre gostei de praticar esportes e continuo praticando. Antes andava de bicicleta, agora eu tenho uma handbike, andava de jet ski e continuo andando, dirijo, faço tudo normalmente e de forma independente”.

Em relação ao preconceito enfrentado por pessoas com deficiência na sociedade, Rodrigo fala seu ponto de vista e deixa uma mensagem de incentivo. Confira no vídeo

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